O Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 21/03/2018, anunciou nova redução da SELIC, a taxa básica de juros da Economia.

A redução começou no final do ano de 2016, quando a taxa alcançava o patamar de 14,25% ao ano, muito superior a taxa de 6,5% que temos hoje.

Essa alteração veio para mudar o cenário para os investidores que, acostumado a altas rentabilidades na renda fixa, o mercado brasileiro se vê agora voltado para as aplicações financeiras que se beneficiam dos juros baixos. Nesse sentido, os fundos imobiliários surgem como boas oportunidades.

Neste novo cenário, a conservadora renda fixa, torna-se insatisfatória para muitos investidores, pois não possui a mesma rentabilidade dos anos anteriores.

Em contrapartida os fundos imobiliários, apresentam recuperação significativa na rentabilidade desde o inicio de 2017, com perspectivas de ganho de liquidez em meio ao ambiente de redução da taxa básica de juros, Selic.

A maioria dos fundos imobiliários começou a entre 2010 e 2012, com o objetivo de substituir a poupança no financiamento de novos empreendimentos.

Porém, o setor foi desaquecendo até praticamente ter uma paralisação de projetos com a queda na demanda, em razão da crise e do excesso de oferta de imóveis comerciais.

Com a queda na Selic, as despesas financeiras das empresas tendem a reduzir, o que ajuda a reaquecer a economia. Com dinheiro em caixa os investimentos aumentam, e consequentemente, a demanda por espaços em escritórios, shoppings e galpões, e com isso, a valorização dos fundos compostos por esses tipos de empreendimento.

As grandes atratividades para esse tipo de investimento se dá porque os fundos de investimento imobiliário apesar de serem ativos de renda variável, apresentam algumas características semelhantes à renda fixa como o pagamento mensal de alugueis.

Além disso, um fundo de investimento imobiliário precisa distribuir mensalmente no mínimo 95% (noventa e cinco) de seu lucro, segundo o regime de caixa, e também, possui isenção de imposto de renda para a pessoa física.

Esta relação entre a taxa básica de juros é baixa, com o mercado de capitais é muito volátil, portanto a previsão do cenário futuro é essencial, uma vez que os rendimentos de Fundos de investimento imobiliários conseguem superar com mais facilidade a rentabilidade das aplicações conservadoras, quando a Taxa SELIC esta em baixa, tornando-se interessantes para os investidores que desejam ganhar mais que a renda fixa sem correr muito risco.

De outro modo, quando taxa Selic esta em alta, o retorno dos fundos imobiliários, para quem investe naquele momento, pode não ser satisfatório, principalmente se levado em conta o fato de que eles têm um pouco mais de risco que a renda fixa tradicional, que terá maior rentabilidade.

Hoje, com a baixa da taxa Selic, o investimento em Fundos Imobiliários é uma boa opção por conta da remuneração. Mas e com a taxa de juros em alta, a melhor opção seria investir em renda fixa?

A este respeito devemos considerar que o Fundo de Investimento Imobiliário tende a valorizar, assim como valorizam os imóveis de seu portfólio, e com a alta de juros, a sua rentabilidade diminui, e consequentemente o valor de suas cotas.

Neste cenário, o importante, é analisar a condição financeira atual, o objetivo a ser alcançado e o tempo que se pode aguardar, pois a alta de juros pode representar um ótimo momento para aquisição de fundos imobiliários, para se aproveitar de sua valorização com a queda dos juros, como vem ocorrendo desde o início de 2017.

Fernando Ceravolo Andrade, Advogado, pós-graduado em Direito Imobiliário pela Escola Paulista de Direito (EPD) e Especialista em Contratos pela Escola Superior de Advocacia (ESA) . Sócio da Ferreira e Santos Advogados.